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O Berço do Herói se transformou em Roque Santeiro: sucesso absoluto na TV e no teatro.

Após 53 anos desde que foi escrita, Roque Santeiro, é montada em forma de musical. A estréia foi um sucesso com a presença de amigos, artistas, imprensa e do Blog 'Cadê as Meninas?',claro ! A temporada segue com casa cheia todas as noites no Teatro Faap, o que já era de se esperar!

O texto, tornado clássico depois de proibido e adaptado com grande sucesso para a TV, finalmente é encenado no formato pensado originalmente pelo autor Dias Gomes – como uma opereta popular.

A peça escrita em 1963 deveria ter sido encenada em 1965, mas foi censurada pelo governo militar. Em 1975, Dias Gomes (1922-1999) adaptou a obra para a televisão e esta versão também foi proibida. Só dez anos depois, em 1985, já com o país vivendo um processo de democratização, é que a novela foi levada ao ar.


O elenco desta montagem é composto por 13 atores: Jarbas Homem de Mello é Chico Malta; Lívia Camargo faz a viúva Porcina; Flávio Tolezani é Roque Santeiro; Mel Lisboa interpreta Mocinha, filha de Dona Pombinha, vivida pela atriz Nábia Villela, e do prefeito Florindo Abelha, interpretado por Dagoberto Feliz.

Jarbas Homem de Mello


Edson Montenegro é Padre Hipólito; Luciana Carnieli vive a dona do bordel da cidade, Matilde, e as duas prostitutas - Rosali e Ninon - são vividas respectivamente pelas atrizes Yael Pecarovich e Giselle Lima. O músico e ator Marco França faz o papel de Toninho Jiló. Samuel de Assis é Zé das Medalhas, e Cristiano Tomiossi faz o papel do General.


A trilha sonora composta por Zeca Baleiro é executada ao vivo pelos atores com o

apoio de dois músicos - André Bedurê (baixo e violão) e Érico Theobaldo (guitarra, percussão e eletrônicos). Baleiro musicou algumas letras do autor que já existiam na versão original do texto e compôs outras canções especialmente para a peça.


“A trilha traz um toque levemente marcial, um certo tom militar, mas também tem elementos de bolero, tango, baião, valsa, muita brasilidade e brejeirices. Mas é bom deixar claro: a peça é diferente da novela, desde o texto até a música”, comenta Zeca Baleiro.


Roque Santeiro marca a quarta parceria da diretora Debora Dubois com o compositor. Juntos, eles já fizeram “Quem tem Medo de Curupira?”, “Lampião e Lancelote” e “A Paixão Segundo Nelson”. “Essa parceria é longa porque nos entendemos muito artisticamente, o Zeca é um artista muito completo, que entende o teatro e coloca a música a seu serviço de uma forma linda”, conta a diretora. “Optamos por uma trilha musical original. Resistimos à tentação de usar músicas da trilha da novela, que foi muito marcante. Mas, como uma espécie de ‘homenagem’ à novela, incluímos dois trechos de canções de Sá & Guarabyra”, continua Débora.


A direção de movimento é de Fabrício Licursi que, junto com Debora Dubois, optou por coreografias mais orgânicas, que misturam gestos e traços característicos dos personagens com a movimentação coletiva nos números musicais, como se reproduzissem festas populares na fictícia cidade de Asa Branca.

Sobre a peça Roque Santeiro ou O Berço do Herói:

A peça O Berço do Herói foi escrita em 1963 por Dias Gomes e deveria ter sido encenada em 65 com direção de Antônio Abujamra e música de Edú Lobo, mas foi censurada pelo governo militar duas horas antes da sua estréia. A proibição do texto durou cerca de 20 anos.

A primeira encenação de O Berço do Herói ocorreu no Teatro “The Playhouse”, do Departamento de Teatro e Cinema da PennsylvaniaStateUniversity, em 28 de novembro de 1976, em tradução de LEON LYDAY.

Em 1975 Dias Gomes resolveu adaptar a obra para a televisão.

Mas, novamente, a história foi proibida. Dez anos depois, em 1985, já com o país vivendo o processo de redemocratização, a novela foi levada ao ar. O sucesso foi estrondoso e imediato. Tal foi o êxito, nacional e Internacional da novela, que esta nova edição da peça foi retrabalhada por Dias Gomes. O autor resolveu enriquecê-la com cenas que lhe foram sugeridas pela novela.

“Ao leitor desavisado quero alertar que não se trata do texto (seria impossível, dada sua extensão) da novela ROQUE SANTEIRO, nem mesmo uma sinopse ou uma adaptação para novela literária e sim o original da peça o Berço do Herói, do qual foi extraída a telenovela.


Escrevi O BERÇO DO HERÓI em 1963. Com o golpe militar de 64, tive que esperar quase dois anos até que surgisse um produtor suficientemente corajoso e interessado em montá-la. A Editora Civilização Brasileira publicou o texto no início do ano de 65, com um contundente prefácio de Paulo Francis e uma mordaz orelha de Enio Silveira (o que levou um general a exigir do Conselho de Segurança Nacional a prisão dos mesmos... e do autor da peça, evidentemente.). É que a peça abordava o mito do herói (e herói militar), tema delicado para o momento que atravessava o país. Tão delicado que ela acabou sendo proibida na noite em que deveria ser encenada pela primeira vez. O então Governador Carlos Lacerda, pressionado pelos militares, assumiu publicamente a autoria da proibição. (...)


Dez anos depois, em 1975, os militares ainda mandavam no País, mesmo assim decidi adaptá-la para a televisão, embora o texto teatral continuasse proibido. É evidente que procurei burlar a censura, não só dando-lhe outro título, ROQUE SANTEIRO (ou mais precisamente A FABULOSA HISTÓRIA DE ROQUE SANTEIRO E SUA FOGOSA VIÚVA, A QUE ERA SEM NUNCA TER SIDO), como também trocando os nomes de quase todas as personagens, além de transformar o protagonista, um cabo da força expedicionária brasileira no original, num artesão, um fazedor de santos de barro, um santeiro. Com essas alterações e mais o acréscimo de algumas tramas paralelas, achava eu que ninguém poderia ligar a novela à peça. No entanto, a novela também foi proibida quando eu já tinha mais de cinqüenta capítulos escritos. Na época, não ficaram claras as razões da proibição, que revoltou a opinião pública e levou a Rede Globo a um veemente protesto contra a Censura Federal em editorial transmitido no horário mesmo da novela e em seguida repetido pelo Jornal Nacional. Só muito recentemente, quando um jornalista teve acesso ao arquivo de telefonemas gravados pelo SNI, veio a público o que de fato ocorrera. O SNI grampeara o telefone do historiador Nelson Werneck Sodré e gravara um telefonema meu para ele. Nesse telefonema eu lhe confidenciava inadvertidamente que a novela ROQUE SANTEIRO era uma adaptação disfarçada de O BERÇO DO HERÓI. A gravação não omitia nem mesmo as gargalhadas que eu e Nelson dávamos em seguida...


(.) Mais dez anos se passaram e, em 1985, já com o país em processo de democratização, a novela foi finalmente liberada. Tal foi o êxito, nacional e internacional que, ao reeditarmos agora o texto da peça, fomos obrigados a alterá-lo em vários pontos. As personagens, de tal forma haviam sido popularizadas pela televisão, que não teria sentido mantê-las com os nomes originais. (...)” Palavras de Dias Gomes

Ficha Técnica

Texto: Dias Gomes.

Direção: Débora Dubois.

Direção musical: Zeca Baleiro.

Elenco: Jarbas Homem de Melo, Livia Camargo, Flavio Tolezani, Mel Lisboa, Luciana Carnieli, Edson Montenegro, Dagoberto Feliz, Nábia Villela, Yael Pecarovich, Giselle Lima, Marco França, Samuel de Assis, Cristiano Tomiossi.

Músicos: André Bedurê e Érico Theobaldo.

Assistência de direção: Luis Felipe Correa.

Direção de movimento: Fabrício Licursi.

Cenário: Débora Dubois.

Figurinos: Luciano Ferrari.

Iluminação: Fran Barros.

Preparação Vocal: Marco França.

Produção Executiva: Fabrício Síndice e Vanessa Campanari.

Coordenação: Elza Costa.

Direção de Produção: Edinho Rodrigues.

Realização: Ministério da Cultura e Brancalyone Produções Artísticas.

Serviço

Teatro FAAP - www.faap.br/teatro

Sextas e Sábados às 21h e Domingos às 18h

Rua Alagoas, 903 - Higienópolis, São Paulo

Tel. (11) 3662-7233 / 7234

Duração 120 minutos

Classificação indicativa – 14 anos

TEMPORADA: Até dia 7 de maio

*Ingressos: Sextas R$ 80,00 (inteira); R$ 40,00 (meia). Sábados e Domingos R$ 90,00 (inteira); R$ 45,00 (meia)

Bilheteria quarta a sábado das 14h às 21h e domingo das 14h às 18h

Estacionamento no local

Denise Macedo e Cláudia Rolim do Blog Cadê as Meninas?

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