‘Fulaninha e Dona Coisa’ mostra que continua atual !
A comédia ‘Fulaninha e Dona Coisa’, de Noemi Marinho, fez um estrondoso sucesso nos palcos brasileiros na década de 90. Agora, a comédia chega ao Teatro Renaissance, SP, para uma breve temporada, mas, antes dos atores subirem ao palco eles conversaram com a imprensa e eu gravei com cada um deles !
Numa encenação não realista, dirigida por Daniel Herz e idealizada por Eduardo Barata, Nathalia Dill interpreta Fulaninha, Vilma Melo dá vida a Dona Coisa e Rafael Canedo é o técnico galã.
De um lado está Dona Coisa, uma mulher moderna, independente, que prefere manter certa distância em suas relações. Do outro está Fulaninha, uma jovem com a cabeça cheia de sonhos que chega do interior para trabalhar como empregada doméstica.
O espetáculo retrata, através do humor, as dificuldades da convivência diária entre ambas, resultado das trapalhadas de Fulaninha, que entre muitas confusões pensa que a piscina do prédio chique de Dona Coisa é um açude; se assusta com o telefone e elevador; e ainda arruma um namorado bem enrolado, um técnico de telefone.
Agora que vocês já viram um trechinho do espetáculo e riram bastante, vamos ao bate-papo com eles ?
Eu começo com o diretor Daniel Herz que tem mais de 30 anos de carreira e confessa que “A possibilidade de emocionar o público dentro de uma comédia é algo que o instiga e interessa”.
Na sequencia eu converso com a conceituada atriz do teatro carioca, Vilma Melo, que interpreta a Dona Coisa e é a primeira atriz negra a ganhar o prêmio Shell RJ (29° edição) na categoria de melhor atriz.
“Estar no lugar da patroa tem um significado que vai além do particular: é político e social. Falamos aqui não só do empoderamento negro, mas também da divisão de classes. O público esbarra numa comédia leve que aponta para a reconstrução de valores éticos e estéticos”, comenta Vilma Melo.
Agora eu trago para vocês um papo com o ator Rafael Canedo que faz o técnico no espetáculo e que trabalhou com Miguel Falabella nos seriados Pé na Cova e Brasil a Bordo. Fez o monólogo ‘Dias de Chuva’ de Caio Fernando Abreu, fez o Alto da compadecida e está no elenco do filme Chocante que em breve estará nas telas do cinema.
Apesar do estranhamento com a vida moderna, Fulaninha é muito esperta e usa a inteligência para conquistar a patroa, que só admite a empregada com muitas exigências, como dormir no local, trabalhar nos finais de semana e não namorar. Sem saber sobre seus direitos, Fulaninha acata as exigências por também gostar da patroa e aproveita para curtir a casa como se, literalmente, fosse sua, usando as roupas de Dona Coisa e comendo suas comidas preferidas.
“Quando o Eduardo me mostrou o texto, eu topei fazer na hora. A peça toca num ponto que ainda é tabu na nossa sociedade, o trabalho da empregada doméstica, que transita em uma linha tênue entre o privado e o profissional”, conta Nathalia Dill.
O produtor Eduardo Barata explica que “Em um momento em que o país passou por uma transformação nos direitos trabalhistas dos empregados domésticos, a peça aparece como uma oportunidade de falar das recentes modificações, de maneira bem-humorada, sem deixar de ser informativa. Uma peça que fala das muitas possibilidades e ambiguidades que existem numa relação entre o personagem que oprime e o que é oprimido”.
“A verdade é que todos temos na vida um lado Fulaninha e um lado Dona Coisa. No teatro não tem certo e errado, precisamos aprender a pensar fora da caixinha e ora nós somos Fulaninha, ora somos Dona Coisa e assim a vida segue ”, finaliza Daniel Herz
FICHA TÉCNICA:
Texto: Noemi Marinho
Direção: Daniel Herz
Idealização: Eduardo Barata
Com: Nathalia Dill, Vilma Melo e Rafael Canedo
Cenário: Fernando Mello da Costa
Figurinos: Clívia Cohen
Iluminação: Renato Machado
Trilha sonora original: Leandro Castilho
Mídia Digital: Gigi Prade
Assessoria de imprensa: Morente Forte
Produção executiva e diretor de palco: Tom Pires
Direção de Produção: Elaine Moreira
Realização: Barata Comunicação
Foto Nana Moraes
SERVIÇO:
FULANINHA E DONA COISA
Teatro Renaissance (448 lugares)
Alameda Santos, nº 2233
Informações: (11) 3069-2233
Bilheteria de terça a domingo, das 14h às 20h. Pagamento em dinheiro e cartões
Vendas: (11) 4003.1212 e ingressorapido.com.br
Sábados e Domingos às 19h30
Ingressos: R$ 100
Duração: 70 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
**Ensaio aberto promocional: dias 30 de setembro e 01 de outubro
com ingressos a R$ 30**
Curta Temporada: até 03 de Dezembro
Foto Gui Maia